sábado, 30 de agosto de 2008

Deve ser triste...


Deve ser muito triste uma mulher chegar aos 40 ou 50 anos, com uma carreira de muito sucesso, dinheiro para comprar e fazer o que quiser, estar no seu auge sexual, com um corpo bem cuidado e de fazer inveja às modernas raparigas de 20 anos e ver-se sozinha.

Livrou-se do homem que a mal-tratava, do seu cheiro a chulé, do hálito a cerveja; livrou-se das mentiras, do vício do jogo, da caça, da pesca ou de outra coisa qualquer mas....

Tenta compensar com livros, com passeios, viagens, jantares de amigas... continua a sentir-se só. Vazia. Falta-lhe qualquer coisa.

Estará encharcada em Prozac ou noutros do seu género, para combater a depressão que a atacou. Ainda assim, quer dar uma imagem de “forte”, quer mostrar que não precisa de homem; que está bem. Não está!

Umas, para “preencher” o vazio, entregam-se à promiscuidade, aos “encontros” diários com os “Adonis” que conhecem em bares, discotecas, nas salas de “chat”... na esperança de encontrar o “certo”. Outras ficam tão “amargas” que nem podem ouvir falar de homens, nem sentir o seu cheiro ou toque.

Têm coisas em comum, estas mulheres. Encontram a “cama” vazia. Nas “noites frias de Inverno” não têm quem lhes “aqueça os pés”; de manhã, não têm quem lhes dê opinião sobre que roupa vestir ou que brincos usar... Não têm quem lhes dê um beijo, uma palmada na “zona glútea”, um “Bom Dia”.

Compram roupas e sapatos novos e não têm a quem os mostrar; não podem mostrar à “amiga”- ela ficaria com inveja e iria comprar igual...

Quando saiem à rua, olham as outras, mais “feias” que elas, acompanhadas, de mão dadas, a fazerem passeios à beira mar, do rio, ou apenas sentadas numa esplanada, a partilhar um gelado com o “namorado”.

Têm inveja; sentem-se revoltadas. Perguntam a si mesmas que mal fizeram para merecer tal sorte...

Deve ser triste...

sexta-feira, 29 de agosto de 2008

O estado da Nação



É o tema do dia (dos dias); não há blogue, jornal ou TV que não fale sobre o assunto. Todos os dias ocorrem assaltos, tiros, homicídios e outros fenómenos do género- apelidados de “criminalidade violenta”. O país está à beira de um ataque de nervos.
Já tanto se falou que poderei cair na repetição, ainda assim, não posso deixar de passar para o “papel”, melhor dizendo, para o meu blogue, algumas considerações minhas sobre o assunto.

Erros sucessivos! A situação actual resulta de vários erros, praticados por diversas pessoas/entidades.
A meu ver, o primeiro grande golpe foi desferido no início dos anos 90 (do séc. XX) pela SIC (estação de TV) no seu malogrado programa “Casos de Polícia”, apresentado pelo meu homónimo.

Rude golpe para as forças de segurança! Foram enxovalhadas, tratadas como “os verdadeiros” criminosos. Nas reportagens exibidas era frequente ver os traficantes, ladrões e outros energúmenos de índole duvidosa a queixar-se dos maus tratos sofridos, alegadamente, às mãos das Polícias.

Vergonhoso!!! Não a actuação das Polícias, as reportagens em si. Pretendeu esta estação dar a voz às “vítimas” de abusos policiais, contudo, deu a voz a pessoas que eram criminosas.

Sem o saber e a receber informação errada, a opinião pública “insurgiu-se” contra as polícias; mais grave, a classe política tremeu. Tremeu tanto que, uns tempos depois, cada notícia que saía sobre alegados abusos policiais, aparecia o Ministro Alberto Costa a dizer que “os elementos serão punidos”.

Foi o início do “enfraquecimento” das Polícias. Ao ver o rumo das coisas, comentei várias vezes que, ao fim de dez anos, o país seria um Brasil em ponto pequeno. Infelizmente não errei muito.
Depois seguiram-se alterações à lei e a procedimentos que ditaram defenitivamente o futuro.
Várias políticas erradas se seguiram mas, a alteração mais recente ao CPP (Código de Processo Penal) desferiu o golpe fatal. A prova está à vista.

Eu gostaria de perguntar onde andam agora os “Louçãs”, onde estão os “Fernando Ka´s” e outros defensores de minorias que tanta propaganda fizeram contra as Polícias e tanto defenderam os “coitadinhos” dos “excluidos” da sociedade.
Deixo a seguir cópia de um comentário que deixei noutro blogue:

Este assunto é muito complexo e dá "pano para mangas".Não sou psicólogo ou sociólogo ainda assim interepreto os acontecimentos dos últimos anos da seguinte forma: factores sociais (dinheiro); políticas erradas e total sentimento de impunidade por parte dos prevaricadores, entenda-se- CRIMINOSOS.
Muitas actuações vistas hoje em Portugal são copiadas de outros países- EUA, Brasil, etc.. onde estes fenómenos já têm décadas.O ideia que gostaria de deixar neste comentário é a seguinte: Não temos que pagar qualquer preço pela nossa liberdade! (como por vezes se afirma) Ela é um direito nosso!É preciso ter coragem e dizer - BASTA! ao crime que vemos todos os dias.
No país do eterno dez milhões de habitantes, não se pode aceitar que a maioria esteja refém de uma minoria de alguns milhares; nem que sejam um milhão ou dois- ainda estão em minoria.Para viver em sociedade é fundamental seguir determinadas regras e condutas, de forma a não colidir com a liberdade dos outros. Ponto.Quem, dolosamente, decide enveredar por outros caminhos e atropelar a liberdade e vida alheias, tem que ser "parado".
Se as leis escritas e condutas morais não são respeitadas de livre vontade, que o sejam pela força. Essas pessoas não podem continuar a gozar dos direitos e liberdades da nossa sociedade.É preciso ter coragem para enfrentar este problema nacional! Portugal não pode querer equiparar-se aos números de presos e afins em relação aos países do resto da Europa do Norte porque as realidades são diferentes. Lá as pessoas (quase todas) são civilizadas e cumpridoras.
Veja-se que há países que colocam nas ruas cartazes de cartão com a foto de um polícia- e ninguém os destrói!!! Se a nossa realidade é bastante diferente, temos que ter procedimentos diferentes. Se for preciso prender centenas de pessoas, temos que o fazer. Se isto significa um elevado custo para o erário público, criem-se formas destas pessoas pagarem as despesas que causam.Não pode ser o justo e honesto a sair lesado por causa dos crimes praticados por outros.
Os criminosos só o conseguem ser porque os outros respeitam as regras. Se ninguém as respeitasse, o criminoso matava e logo a seguir seria morto; roubava e logo a seguir alguém o roubava a ele. etc...Pode ser impopular mas tem que ser dito. É muito triste ver pessoas a defenderem os criminosos e tratá-los de coitadinhos. Para mim, além de triste é inadmissível.
Em Portugal as pessoas não têm razões para enveredar pelo crime. Só o fazem porque querem. Há pessoas que passam fome e ainda assim não se tornam criminosas. etc.............”

- Prometo voltar a este assunto para dizer mais umas verdades!

quinta-feira, 28 de agosto de 2008

Para descontrair


# Um homem é como um soalho flutuante: se for bem montado pode ser pisado mais de trinta anos.

# As calorias são pequenos animais que moram nos roupeiros e que durante a noite apertam a roupa das pessoas.

# Os problemas do nosso país são essencialmente agrícolas: excesso de nabos, falta de tomates e muito grelo abandonado.

# O trabalho fascina-me tanto que às vezes, fico parado a olhar para ele.

# Se fores chata, as tuas amigas perdoam; se fores agressiva, as tuas amigas perdoam, se fores egoísta, as tuas amigas perdoam; agora experimenta ser magra e linda! Tás lixada!

# As hierarquias são são como as prateleiras, quanto mais altas mais inúteis.


# Não procures o Príncipe encantado. Procura o lobo mau: ouve-te melhor; vê-te melhor e ainda te come.


# O cérebro é um órgão maravilhoso. Começa a trabalhar logo que acordamos e só pára quando chegamos ao serviço.


# Os trabalhadores mais incapazes são sistematicamente promovidos para o lugar onde possam causar menos danos: para a chefia.


# A mulher do amigo é como a bota da tropa; também marcha!


# A infidelidade e a devolução de um cheque resultam ambos da mesma situação: falta de cobertura.


# Chocolate não engorda, quem engorda é você.

(...)

(in "expressodooriente")

segunda-feira, 25 de agosto de 2008

Homenagem a J.O.B.N.

Foi no dia 26 de Fevereiro de 1954, talvez num dia frio ou chuvoso que, numa pequena Freguesia do Alto Alentejo, nasceu a menina Julieta; era o sexto filho de um casal pobre. O pai ganhava para a família com as searas que plantava, a mãe, cuidava dos filhos, fazia a comida, lavava e engomava as roupas, remendava-as...

Deu os seus primeiros passos no solo alentejano, no meio de sobreiros e pinheiros.
Os seus briquedos seriam alguma boneca de trapos velha, as pinhas caídas dos pinheiros, algum caco velho, um ou outro animal...

Aos três anos, apercebeu-se de um aglomerado anormal de pessoas na sua casa, gritos e choros, não conseguia entender... Soube mais tarde que a mãe havia “partido”- caíra de uma figueira enquanto apanhava figos para dar aos animais e partira o pescoço. Do funeral ficou-lhe a recordação do gentio e de ir ao colo de alguém.

Foi então criada pelo pai e pelas irmãs mais velhas. Por ser muito pequena para fazer o caminho a pé, só a mandaram à escola com sete ou oito anos.
Os irmãos mais velhos foram abandonando a casa e valia-lhe a companhia de uma sobrinha que era quase da sua idade e com quem partilhava as brincadeiras.

Nas longas noites de inverno, ficavam ao “canto” (lareira) sem qualquer distracção, iluminados por um velho candeeiro a petróleo que, era desligado muito cedo para poupar.

O pai, pessoa que adorava fazer brincadeiras com outras pessoas, para ela era sempre sisudo, nem um sorriso, nem uma palavra, nem uma carícia na cabeça. Ela implorava-lhe que contasse uma história mas, a boca dele não se abria.
Algumas vezes, sabe-se lá porquê, cedia e começava “um pai teve três filhos, o mais velho nasceu adiante e o do meio era sapateiro, um pai teve três filhos e o do meio era sapateiro....”; palavras que repetia por intermináveis minutos. A Julieta tão depressa não lhe pedia para contar histórias.

Os anos foram passando e, na escola, era uma aluna brilhante. No inverno calçava botas de borracha e, no verão, se queria ir calçada, eram as mesmas botas que a esperavam. Preferia ir descalça.

Tinha uma escrita muito redonda, sem qualquer erro, traçada nos cadernos sempre imaculados, com os pequenos lápis que alguns colegas deitavam fora.

Passou sempre com grande distinção e tinha quase treze anos quando terminou a quarta classe. Era já uma “mulher”. Não continuou os estudos porque não havia dinheiro. Teve que começar a trabalhar para ganhar para a casa e para comprar o seu enxoval.

Com os seus dezassete anos e sem ter visto a cidade, conheceu um jovem oito anos mais velho que ela. Alto, bem parecido, porte atlético, bem falante, montado numa Yamaha, não lhe resistiu.

O namoro terá durado pouco; entre promessas de uma vida melhor e “confia em mim”, casaram no chuvoso dia um de Janeiro de 1972, estava grávida de três meses.
Montaram casa com as mobílias mais caras vendidas na vila e ali ficaram. Ela ficou a tratar da “lida” da casa e da sua gravidês; tinha um apetite sem fim.... engordou muitos quilos perdeu o seu ar de menina. O marido trabalhava pelo país e ia a casa de semana a semana.

No Verão nasceu o primeiro filho, pesava quase cinco quilos, e foi um orgulho para os pais. Começou a andar ao nove meses e logo a seguir começou a fugir de casa, percorrendo as suas da vila, fazendo-a andar de porta em porta a perguntar por ele. Era uma graça com os seus longos cabelos loiros mas não a deixava descansar um pouco.

Os anos passaram e nos finais de Fevereiro de 1975 estava no final da segunda gravidês. Num terrivel dia de chuva teve que ir com o marido e com o filho à sede de Concelho tratar de assuntos. Foram na camioneta da RN pois o seu estado não lhe permitia ir na moto do marido.

Com os assuntos tratados, à tardinha, estavam num café á espera da hora para apanharem a camioneta e regressarem a casa. O anjo endiabrado do filho, com os longos cabelos loiros, meteu-se com dois senhores de Lisboa. -Que graça de menina!; - Não é menina, é menino. Respondeu o pai.

Após troca de palavras, chegaram à conclusão que iam todos na mesma direcção- Lisboa. Os prestáveis senhores, dado o estado da Julieta, ofereceram-se para os levar.
Antes não o tivessem feito.....

Debaixo de uma chuva intensa, percorreram pouco mais de um quilómetro...
Um enorme camião não parou no cruzamento e o carro ficou literalmente debaixo daquele monstro. –Ninguém sobreviveu!!- Diziam as pessoas que chegavam ao local.

Enganavam-se, estavam os seis com vida. A Julieta foi para um hospital a cerca de trinta quilometros e lá teve o segundo filho; o marido, todo golpeado na cara, ficou no hospital local; os dois senhores seguiram em estado muito grave para Lisboa; “a menina” de cabelos loiros seguiu para o Hospital de Santa Maria.

Com as feridas físicas curadas, a família voltou a reunir-se tempos mais tarde.
Mudaram-se da vila para uma pequena quinta no campo, nos arredores da vila. Os dois filhos, alguns animais e a “horta” ocupavam a Julieta a tempo inteiro.

No início dos anos oitenta, a Julieta começou a sentir umas dores no peito e no braço esquerdo. Ficou arrasada!! Pensava que que tinha “uma coisa má” (cancro) e que não veria os seus filhos criados. Passou a chorar muito, mal comia.... um terror. Após algum tempo e exames recebeu a notícia que não tinha qualquer doença maligna mas, aquele susto deixou-lhe marcas muito profundas... Ganhou uma terrível depressão que lhe deixaria marcas terríveis.

Como não podia ficar em casa todo o dia a pensar e com os filhos já maiorzinhos, decidiu trabalhar. Conseguiu desmultipicar-se e fazer todas as tarefas que lhe eram exigidas. Trabalhava, cuidava dos filhos e da horta e esperava pelo marido à sexta feira para lhe lavar a roupa.

Aturou as crises da adolescência dos seus dois rebentos, cuidou deles, sempre sem lhes dizer uma palavra doce ou fazer qualquer carícia. Afinal ela também não as havia recebido....

Em 1993, o filho mais velho decidiu ir para Lisboa e durante mais de um mês ela nada soube dele. Sempre sem o demonstrar, foi uma coisa que muito a magoou. Porque não demonstrou ela que tinha saudades do filho, que o amava? Simplesmente não fora habituada a demosntrar esses sentimentos.

A sua vida foi continuando rotineiramente, sempre sem grandes motivos para rir, coisa que raramente fazia e jamais deu uma gargalhada.

Ficou em casa com o seu benjamim, que bastante trabalho de dava, até que, no final dos anos noventa, também ele saiu de casa. Passou a ir também aos fins de semana para lavar a roupa.

Que longas eram as noites naquela casa! Lá fora só se ouviam grilos, corujas e afins, assustador.....

Não se sabe quando mas, uma tosse começou a fazer-se ouvir pelas manhãs. Era “tosse nervosa”, diziam-lhe. Foi a vários médicos, fez exames, fez terapia da fala, etc...
Os anos foram passando e melhoras nada.

Já muito cansada, nos finais de 2001, decidiu ir a uma consulta com o Prof. Machado Caetano. Ao vê-la, encaminhou-a de imediato para o Hospital Pulido Valente. A coisa estava feia...

Foi internada e operada- tinha “líquido” nos pulmões! No meio das dores, lá ia sendo animada pelas colegas de quarto e por algumas visitas que recebia. Queria pôr-se boa para ir tratar da casa- o benjamim havia anunciado que ia casar em Março.

A família, tal como ela, completamente ignorantes nos assuntos da medicina, recebeu com grande admiração o veredito final dos exames: tinha um cancro no estomago, em estado muito avançado.

Que bomba!!!! Ela ia fazer quarenta e oito anos!!! Não podia ser verdade....... Era mesmo!

Depois de várias intervenções para “tirar líquido” e de passar por vários blocos, foi enviada para a “medicina três”- os doentes terminais, como diziam os médicos.

Ela não sonhava com o que se passava!! Confiava nos médicos e queria ir fazer os preparativos para o casamento do benjamim.

Por haver falta de camas, deram-lhe alta e mandaram-na para casa. Ficou em casa de um filho e ainda conseguiu ir passar a Páscoa à sua “casinha”. Regressou com a certeza que estava muito cansada e que não conseguia tratar da casa.

Não muitos dias se passaram e teve que voltar para o mesmo Hospital; não conseguia respirar.

Passados poucos dias já a queriam mandar de volta para casa e perante as súplicas da família para que não o fizessem- pois não tinham condições para estar 24 horas com ela e porque ela acreditava ainda que ia ficar boa, uma médica fez questão de lhe contar a verdade e apagar toda a luz dos seus olhos!

Era só já o que lhe restava – a esperança- e foi-lhe retirada violentamente por um animal sem coração.

Deram-lhe alta, fez umas sessões de quimioterapia mas o seu estado era irreversível.

Praticamente deixou de falar e deixou de olhar de frente qualquer coisa ou pessoa, tinha sempre os olhos no chão. Matava o tempo entre o sofá e a cama- não estava bem em lado nenhum.

No dia seis de Maio de 2002, almoçou com um filho e a nora, deitou-se na cama pois estava muito cansada e foi lá que eles se despediram dela antes de ir trabalhar, como de costume.

Cerca das 18H00 telefonou ao marido e dizer que estava com falta de ar. Minutos mais tarde, o filho chegava junto de si com os Bombeiros. Já era tarde. Tinha chegado a sua hora de descansar eternamente. (RIP)

Nunca teve férias, as vezes que foi a Lisboa foi para tratar de “assuntos”, não se banhou na água do mar e poucas vezes o viu. Antes da doença, a maior ausência que teve da sua casa foi quando foi a Fátima, “pagar uma promessa”. Não viu o casamento dos dois filhos nem conheceu os netos.

Foi uma pessoa que muito sofreu mas, nunca teve uma má resposta para dar a quem quer que fosse. Sempre foi adorada e estimada pelas colegas de trabalho.


Ao ler uns textos no blogue da BlueVelvet enchi-me de coragem para redigir estas linhas e tentar, desta forma, prestar uma homenagem à grande mulher que foi a Julieta O.B.N.
Apesar do meu enorme esforço, este texto não está à sua altura.

domingo, 24 de agosto de 2008

A Curiosidade


A curiosidade é, certamente, uma coisa inata. É ela que nos impele a avançar, a descobrir o desconhecido. É um motor para a evolução e progresso.

Na minha opinião, a curiosidade está intimamente ligada à imaginação. Quando não conhecemos uma coisa, lugar ou pessoa, criamos uma imagem na nossa mente. Muitas vezes romanceada e falsa; imaginamos aquilo que gostaríamos que fosse.

A nossa necessidade e experiência pessoal dão-nos a “matéria prima” para criar a “imagem” e assim, ainda que por momentos, satisfazer a curiosidade.

Quem nunca teve curiosidade sobre um lugar ou pessoa??

Quando conhece a realidade... "puf"..... deixa de ter interesse.

E quem nunca ficou desapontado ao conhecer a realidade??

Assim, a curiosidade e a imaginação dão lugar à desilusão. Afinal não era como tínhamos imaginado... Ficamos desapontados e sentimo-nos “traídos”.

A curiosidade pode ser dolorosa....

Quantas vezes não teria sido melhor não conhecermos a realidade??

sexta-feira, 22 de agosto de 2008

A Fama

A Fama é um patamar muito elevado que só algumas pessoas alcaçam mas, muito desejada pela maioria dos mortais. Todos querem o seu minuto de Fama.

Conseguida por mérito ou apenas por “sorte”, altera completamente a vida da pessoa; esta torna-se “objecto” de veneração, passando a ser adorada e idolatrada.

A Fama não altera só a forma como as pessoas encaram aquela pessoa; altera também a forma como a pessoa se vê a si. Muitas vezes, passar-se do anonimato para o “estrelato”, sobe à cabeça e a pessoa torna-se “intragável”... A “Estrela” acha-se a melhor do mundo e com todos os direitos adquiridos- pode fazer e dizer o que entende- “Não sabe quem eu sou???”

Depois de alcançada a Fama, basta à “Estrela” existir, já nem precisa de fazer grandes feitos pois, os “fãs”, aplaudirão qualquer coisa que dali saia- até um palavrão. Abre a boca, dá um arroto, diz uma asneira e cai uma chuva de aplausos - “Muito bem!”; “Parabéns”; “Continua”.....

Na nossa sociedade, quase sempre, são os media que catapultam a pessoa para o “estrelato”; qualquer um que apareça na TV a fazer uma novela ou a dizer umas graçolas fica famoso. E digo, poucas dessas pessoas merecem a fama, ou melhor, poucos merecem ser “adorados” e idolatrados. Nada têm de especial! Nem cultura, nem valores!! Como tal, não deviam servir de exemplo a seguir.

Mas é assim, talvez devido à falta de valores na sociedade ou devido a valores errados, as pessoas veneram pessoas como elas próprias ou com menos capacidades/qualidades até. Aparecer numa revista ou na TV não faz a pessoa ser “GRANDE”!!!

Não entendo e nunca entendi por que razão as pessoas abdicam do seu EU e passam a vestir, falar, etc. como outra pessoa qualquer. Vestem roupas iguais às dos “idolos”, penteados iguais; compram tudo o que está relacionado com esse (s) “idolo(s)”...

Entristece-me muito ver que os “idolos” mais comuns sejam actores, cantores e afins- geralmente bêbados, drogados, gays e com personalidades doentias.
Rara é a pessoa que venera um grande cientista; professor; médico...padeiro, agricultor...etc... E no fundo, são estas pessoas que nos fazem ter condições para viver.

Revolta-me ver um energúmeno qualquer dizer uma barbaridade e toda a gente o aplaudir.... Onde estão os nossos valores, o nosso amor próprio?????

Revolta-me que as pessoas andem de volta de outras a dizer “muito bem” a tudo o que estas fazem, num puro acto de submissão. Há actos, gestos, que qualquer pessoa normal consegue fazer, como tal, não deveriam ser motivo de “adoração”.

Num post que fiz em Julho, sobre uma frase de Goethe, teci algumas considerações que poderão complementar este raciocínio.

Cada um de nós deve valorizar-se e não subjugar-se a qualquer “coisa”.

"CARPE DIEM"

quarta-feira, 20 de agosto de 2008

Fidelidade e Ciúme

Nos dias que correm, a fidelidade conjugal é uma coisa cada vez mais rara na nossa sociedade; quase que nem faz sentido falar nela.

Hoje acordei a pensar neste assunto e na sua relação com o ciúme.

Muitas pessoas que não são fiéis ao cônjuge não toleram o mesmo comportamento da parte deste. Porquê? Ciúme. Sentimento de posse.

Após esta introdução surgem várias perguntas: Onde nasce ou começa esse nosso ciúme e sentimento de posse? Será inato? Aprende-se no seio da família/sociedade?

Eu não tenho resposta para estas perguntas. É uma coisa que sei que existe mas, não sei porquê.

Tenho a certeza porém, que não é um “fenómeno” global; há culturas que não têm este comportamento.

Os antigos esquimós tinham como prática oferecer a mulher ao visitante e, seria uma grande ofensa se este a rejeitasse.

Vi numa reportagem que, numa tribo que já não consigo localizar, uma mulher tinha vários homens. Um deles, ao ser entrevistado, disse que se sentia muito agradecido e feliz por poder partilhar aquela mulher. Tendo vários homens, seria mais fácil arranjar alimento para criar os filhos.

Afinal, talvez o sentimento de posse e o ciúme sejam uma “coisa” cultural que se adquire, logo, não é inata.

terça-feira, 19 de agosto de 2008

A vista da minha janela

Tanto se escreveu sobre este tema mas, o mundo tem tantas janelas e todas elas diferentes e também com diferentes vistas.

A minha janela.

Da minha janela, de um lado, consigo ver o rio azul-esverdeado ao fundo, com os seus barcos a navegar e as alvas gaivotas que os acompanham sulcam os céus, ao sabor da brisa, ora silenciosas, ora terrivelmente ruidosas.

No rio calmo, navegam grandes Cruzeiros, navios de mercadorias, dragas, iates de recreio com as velas desfraldadas, pequenos botes. Grande azáfama por trabalho ou lazer.

Vejo o céu azul claro, salpicado de pequenas nuvens quase transparentes, a ser tocado pelos imponentes pilares da Ponte. Os carros cruzam-na em ambas as direcções, criando um tracejado multicolor.

Do outro lado da janela, por detrás da Ponte, vejo uma mata densa e verde, no meio, alcanço as brancas cúpulas de uma Igreja ou Mosteiro, construido em tempos já idos.

Mais perto de mim, vejo um corropio de carros e pessoas que se deslocam apressadamente no emaranhado de ruas. Vão para o trabalho, voltam dele ou estão em lazer e apenas se deslocam para qualquer local.

De tempos a tempos, passa o eléctrico, tingido de amarelo canário e com o seu som característico mas suave, apinhado de turistas ávidos por conhecer a cidade.

Da minha janela, também ouço muitas coisas: o ruído da gaivotas, o chiar dos pneus no asfalto, as buzinas impacientes ou aflitas, o grito dos travões a ar dos veículos mais pesados, o som violento do combóio sobre os negros carris, as vozes das pessoas que passam... Tudo junto cria uma melodia, cansativa para quem não está habituado mas mais tolerável com o passar do tempo.

Da minha janela consigo cheirar o ar. Na maré cheia, sinto o agradável cheiro do mar, na maré baixa, um cheiro nauseabundo invade-me o nariz.

Da minha janela, vejo muito movimento, muita cor, muita vida.

Que bela que é a minha janela!

Recordação

"Vale mais uma boa recordação do que mau momento no presente!"

Um dia escrevi este “pensamento” e ficou esquecido numa página. Hoje encontrei-o e ainda concordo mais com ele.

Vale muito mais uma recordação de um momento maravilhoso no nosso passado, alojado algures no nosso cérebro, do que um momento mau ou menos bom a ser vivido no presente.

A recordação não é palpável mas, o nosso cérebro e imaginação conseguem levar-nos lá e reviver aquele momento; quase que conseguimos voltar a sentir aquelas sensações, imagens ou aromas que tanto adorámos e que nos marcaram.

O momento presente, palpável, real e não imaginário, pode não nos dar tanto prazer e alegria. Poderá ter havido uma mudança radical na nossa vida, uma qualquer alteração e aquilo, local, coisa ou pessoa que “tivemos” poderá já não estar igual ou já não existir. Resta-nos recordar.

Não podemos viver só de recordações mas, à falta de melhores momentos no presente, são elas que podem dar-nos alegria e ânimo.

Que bom que é podermos recordar.....

Que bom que é termos coisas boas para recordar.....

segunda-feira, 18 de agosto de 2008

O "Acaso"

A palavra é pequena e o seu sentido também não parece significativo MAS (e há sempre um mas), por “acaso”, acontecem muitas coisas! Já pensaram nisso?

Eu arrisco-me a afirmar que é por “acaso” que somos o que somos; que a terra é como é, etc... Aconteceu por “acaso”!

Como já falei no post “A origem do Mundo e da Vida”, muitas coisas acontecem por “acaso” e é dele que resultam muitas criações.

A formação da terra ocorreu por “acaso”; toda a vida neste planeta também foi resultado de vários acasos interligados; muitas coisas usadas pelo homem foram descobertas por “acaso"; nós próprios estamos no mundo por “acaso”. Verdade! Foi num momento de “acaso” que os nossos pais se encontraram. Talvez se tivessem passado um minuto antes ou depois não se tinham conhecido.

O “acaso” “reina” e muitas vezes determina o presente e o futuro, chega a alterar completamente o curso da vida, da história, do planeta!

Há muitos anos atrás, um lavrador pobre, por “acaso”, ouviu uma pessoa aflita; deslocou-se ao local e salvou uma criança que se afogava atolada num pântano. O pai dessa criança, um nobre muito rico, pretendeu pagar ao pobre lavrador por ter salvo o seu filho.

O lavrador não aceitou dinheiro; o nobre pediu-lhe então que o deixasse proporcionar a mesma educação que proporcionaria ao próprio filho. O lavrador aceitou. O filho do lavrador descobriu a penicilina- chamava-se Alexander Fleming; o filho do nobre, anos mais tarde, teve pneumonia, foi salvo pela penicilina- este senhor chamava-se Sir Winston Churchil.

Podia dar centenas de exemplos de acasos que alteraram o rumo da vida/história mas, achei este muito bom.


A nossa vida gira toda à volta de acasos, ainda que muitos deles sejam resultado de acções que fazemos.

Foi por "acaso" que tive a ideia de escrever este post.

Afinal o “acaso” tem muita força! Ou não?

terça-feira, 12 de agosto de 2008

Frase para desenvolver- enviada por I. Silva


"Em momentos de crise só a imaginação é mais importante do que o conhecimento."
Albert Einstein

domingo, 10 de agosto de 2008

A Força do Sorriso (escrito por Marcia)


Sorria: Apesar da tristeza por causa de algum momento grave de sofrimento, sua angústia, inaceitável do medo, Sorria sempre.
Seu sorriso apesar de tudo, pode não melhorar completamente seu coração partido, sua doença, sua constante depressão.....mas te digo: graciosas pessoas pertinho de você sempre vão fazer bem, aliviar pesos extras, fazer você se sentir melhor, talvez até te fazendo esquecer por algumas horas do que te faz tão mal......do que te amedronta tanto!

Sorria: Na pior hora até, a hora da perda fatal, não deixe se dominar pela falta de algum sol dentro de sua real grandeza íntima. Não deixe que o egoísmo de um sentimento fraco e destruidor te ponha pra baixo. Você é mais forte do que parece. Do que sabe.

Melhor ainda: sorrindo, pode ser que o anjo que partiu primeiro, de onde estiver dando as últimas sondagens (antes de deixar para sempre essa dimensão), compreenda feliz e orgulhoso, que você é especial, pois nem a morte venceu o seu cândido sorriso de harmonia.

Sorria: Quando o amor de sua vida disser adeus, por um motivo ou outro, até aquele amor que é para sempre, um dia acaba! Qualquer desculpa que ele porventura possa ter para um dia te deixar, mas o seu sorriso é luz, o seu sorriso cheio de candura e confiança na humanidade, no amor, na grandeza de cada recomeçar, de cada aprimoramento ou novo momento de refazer percursos de lutas, de buscas e de razões para ser feliz que é isso que valem os canteiros de sonhos e uma enorme ilha de fantasia.

Sorria: Porque, afinal de contas, sorrir faz bem para a pele para a alma, para o coração (o sangue corre limpo com a consciência-luz do sorriso) e, você sabia, até a velhice é retardada com maravilhosos sorrisos? Você já reparou que ficam mais velhas, rapidamente, dolorosamente até, as pessoas ranzinzas, azedas, complicadas, que reclamam de tudo?

Sorria: Porque sorriso atrai luz, paz, fermenta bons fluídos, e coloca você em estado de graça. E depois, muito cuidado, amarguras atraem doenças terminais, dão dores irreversíveis no espírito, e aquela boba depressão pode bem ser revertida se você sair pela rua cumprimentando os outros, distribuindo afetos, fazendo um novo trabalho manual, terminando um curso, participando de comunidades solidárias, teimando por causas humanistas, sendo voluntária em crises sociais, abraçando pessoas e sorrindo pra refrigerar a alma do próximo com virtude e alegria.

Sorria o seu sagrado e magnífico sorriso!!!!!!!

sábado, 9 de agosto de 2008

FELIZES SÃO OS TOLOS!



Um destes dias recebi um e-mail com a foto de uma rapariga dolorosamente feia.

O que mais me impressionou não foi a sua falta de beleza, foi o seu sorriso. Um sorriso tão grande, tão feliz e tão puro.... Muito mais puro do que o de uma criança, pois esta aprende desde cedo as maldades da vida.

Aquela rapariga, visivelmente privada das suas faculdades mentais, não tem consciência do bem e do mal; do feio e do bonito. Não está agrilhoada a ideias e conceitos impostos pela sociedade e limita-se a expressar aquele “impulso” do seu corpo- RIR.

Quem, de “nós”, consegue hoje em dia rir ou sorrir com tanta intensidade e felicidade?

Vivemos cheios de pressa e problemas na cabeça- uns que nos aparecem do nada, outros que nós próprios criamos; corremos freneticamente na rotina diária, sem tempo para contemplar as coisas mais simples da vida. Perdemos o sorriso, a alegria.

Talvez devessemos aprender alguma coisa com os “tolos” e desprendermo-nos dos nossos grilhões.

Quem está mal na vida, ela ou nós (os ditos normais)?

Quem é mais feliz, nós ou os “tolos”?

FRONTALIDADE OU “POLITICAMENTE CORRECTO” ?


Quem não percebeu já que as pessoas com quem fala não estão interessadas no que está a dizer mas continuam a abanar a cabeça parecendo estar muito interessadas?

Quem não ouviu palavras de aprovação para algo que disse, fez, etc e percebeu pela caras das pessoas que não é essa a sua ideia? Etc...

Vivemos num mundo de aparência, de superficialidade, onde reina o “politicamente correcto”.
Ensinam-nos desde tenra idade a portarmo-nos bem, a não dizer que a pessoa é feia- quando ela é verdadeiramente horrível- a não contrariar os mais velhos, etc... Em suma, ensinam-nos a não expressar a nossa verdadeira opinião, fazendo de nós pessoas “correctas” perante a sociedade mas, falsas e fingidas.

Não há dúvidas que é “o politicamente correcto” que reina nas sociedades ditas civilizadas, sendo a maneira mais fácil de viver na sociedade e aquela que nos traz menos dissabores.

Não é de bom grado dizer que a comida está salgada (ou outra coisa qualquer) na casa da pessoa que nos convidou para o repasto; não é bem visto expressarmos uma opinião diferente do nosso anfitrião; não parece bem dizer que uma senhora está muito gorda ou que está tão mal vestida que parece uma "perua". É um erro crasso discordarmos do nosso chefe!!!

Enfim... E por aí adiante.

O “politicamente correcto” pode ser a maneira mais fácil de viver em sociedade mas, será certamente a que mais revolta as pessoas que ainda têm ideias definidas e vontade própria. Esta forma de viver/agir é usada por pessoas com pouca coragem ou com enorme vontade de ascender na carreira e/ou sociedade.

É preciso muita coragem para agir de maneira diferente; é preciso muita coragem para ser FRONTAL. A frontalidade devia ser a maneira correcta de agir mas, paga-se cara, por vezes! As pessoas não estão dispostas a pagar esse preço.

Não é sábio enfrentar e afrontar as pessoas com opiniões diferentes das delas; não é sábio mostrarmos que estão estupidamente erradas ou que não percebem nada do que estão a dizer... Não é sábio ser frontal!

Então, se não é sábio e se não é “politicamente correcto”, por quê fazê-lo?

Para nos sentirmos verdadeiros e bem connosco! Dizer à pessoa que ela está errada ou que veste mal, pode provocar dissabores e inimizades mas, há sempre a possibilidade dessa pessoa cair na razão, ver que estava errada e corrigir-se.

Se todos fossemos frontais e verdadeiros, haveria menos gente enganada com ela própria...




terça-feira, 5 de agosto de 2008

A Origem do Mundo e da Vida na Terra




Pediram-me para escrever este tema.

São agora 04H50 da manhã e estou a trabalhar desde as 19H30 de ontem, ainda assim, vou tentar riscar algumas palavras.


É um tema complexo e, como eu não o presenciei, nem ninguém que eu conheça, é-me bastante difícil falar sobre ele.

Muitos têm sido os estudiosos e cientistas a analisar, debater e investigar este assunto e, como eu não tive ainda oportunidade de fazer a minha investigação, falarei de acordo com a minha opinião formada, baseando-me no que tenho “captado” ao longo dos anos.

Sem fazer pesquisa e falando um pouco de cor...... acredito no seguinte:

O mundo/universo teve origem no Big-Bang; acho possível e não tenho nenhuma outra teoria melhor. A origem do planeta Terra resultou desse "acontecimento".

Os gases existentes foram arrefecendo e misturando-se entre si, originando novos compostos. Dessas misturas resultou, entre outras coisas, a água no estado líquido- elemento fundamental para a formação vida como hoje a conhecemos.

Inicialmente, talvez devido a descargas eléctricas dos relâmpagos e outras radiações, formaram-se organismos vivos (células/bactérias), possivelmente unicelulares e auto-tróficos, muito resistentes às altas temperaturas e aos gases tóxicos (talvez). Com o gradual arrefecimento da terra, melhores condições surgem para o desenvolvimento desses seres que, foram evoluindo conforme os habitats onde se encontravam. (Há quem defenda que essas “células vivas” chegaram cá através de meteoritos.) Dos seres unicelulares evoluiu-se para os multi-celulares.

Sem colocar nenhum Deus a criar a Terra e o Universo, acredito que terá sido esta a origem da Terra e da vida. Terão sido os diversos habitats a fazer evoluir as diferentes espécies, possivelmente todas derivadas das mesmas bactérias iniciais.

Das iniciais formas de vida, possivelmente todas aquáticas, evoluiu-se para seres mais complexos. Alguns evoluíram dentro de água e outros saíram dela, por opção, necessidade ou acaso. Surgiram os artrópodes (insectos primitivos); espécies de peixes primitivos e as primeiras espécies de plantas terrestres, seguido de espécies de seres anfíbios.

Será a partir daí que se terão começado a formar os répteis. Muito mais tarde, certamente devido a condições favoráveis, formaram-se as diferentes espécies de dinossauros- carnívoros, vegetarianos, omnívoros. Algumas espécies atingiram proporções incríveis, sendo os maiores animais de todos os tempos ao cimo da Terra.

Há quem defenda que um meteorito ou vulcões extinguiram os dinossauros, resultado das nuvens de poeira e gases tóxicos libertados por esses acontecimentos e do acentuado arrefecimento terrestre (causado pelo encobrimento da luz solar pelas nuvens de pó/fumo).
Acho credível que alguns destes fenómenos tenham eliminado muitos deles mas, daí à sua total extinção vai um passo muito grande. Parece-me possível que, no caso de algum fenómeno desses ter ocorrido, muitos espécimes tenham sobrevivido, contudo, devido à alteração do clima e do habitat, evoluíram e adaptaram-se à nova realidade climática, dando origem a outras espécies.

Num habitat com menos comida ou mais adverso, as espécies tendem a ficar mais pequenas- há ainda hoje vários exemplos disso- e alguns dinossauros evoluíram para as diversas formas de aves e mamíferos.

Insisto que foram as mudanças climáticas e de habitat, assim como a selecção natural do mais forte e mais adaptado que foram fazendo evoluir as espécies animais e vegetais! Não vislumbro outra razão.

A espécie humana. Muito recente, se comparada com as demais já mencionadas.

Parece-me bastante credível que uma ou mais espécies de primatas ou símios, mais uma vez por mudanças no habitat, tenha evoluído para aquilo que nós somos hoje.

Vivendo nas árvores, por qualquer razão (alteração climática, de habitat, predadores), foram forçados a deixá-las e a caminhar sobre os membros inferiores. Há quem defenda que devido à vegetação existente no solo e aos predadores que espreitavam e, há quem afirme que foi por terem passado para um meio pantanoso, com águas. Seja qual for, certo é que ambos obrigavam a caminhar sobre os ditos membros e a tomar uma postura erecta, de alerta, para conseguirem ver mais longe.

Nesta evolução, também a mudança da alimentação teve um papel muito importante. A introdução de carne na alimentação permitiu o desenvolvimento do corpo e, mais importante, do cérebro.

Estes homens primitivos ou hominídeos foram-se multiplicando e distribuindo pela superfície terrestre, evoluindo com o passar do tempo e conforme os diferentes habitats, dando origem a várias raças.

Está provado que, na Europa, mais que uma espécie/raça co-habitou no mesmo periodo: Neandertal e Cro-Magnon ou Sapiens Sapiens. Cientistas afirmam que coabitaram mas não se "cruzaram", segundo testes de ADN que efecturam. Dizem ainda que o Neandertal se extinguiu devido a uma menor capacidade de adaptação às alterações climáticas.

Eu não acredito na extinção do Neandertal! Acredito que, já com a população muito reduzida, foram "absorvidos" pelos Cro-Magnon. Isto é, misturaram as duas espécies, tendo prevalecido o Cro-Magnon, adquirindo algumas características da outra espécie. Em Portugal foi encontrado um esqueleto de uma criança que foi classificada como híbrida; apresenta características das duas espécies.

Acredito que na sequência que explanei; poderá haver uma ou outra coisa que não tenha sido mesmo assim mas, acho provado que houve uma evolução da vida e das espécies. Essa evolução resultou de diversos fenómenos, acasos por vezes e selecção natural das diferentes espécies que, desde logo, tiveram que se adaptar ao meio que as circundava. Foi esse meio ou habitat que “criou” as diferentes espécies como as conhecemos e foram as espécies que foram ajudando a "moldar" o habitat. Esta afirmação é muito fácil de provar.

Nos tempos mais recentes, têm-se verificado alterações em diversa espécies. Aves que deixaram de voar porque o habitat não o exigia; animais que perderam a visão porque passaram a viver em grutas; animais que se cruzam e dão espécies diferentes, etc..

Na minha mente, o mais difícil de “imaginar” é a origem das primeiras bactérias. É o fenómeno que mais me intriga, ainda assim acho credível a forma como o expliquei. Toda a restante evolução vejo-a de forma muito natural. O meio condiciona as espécies e estas moldam o meio.

E é assim; foram um conjunto de factores que, todos juntos, fizeram da Terra aquilo que hoje vemos e somos.

Quem tem opinião diferente?

segunda-feira, 4 de agosto de 2008

A magia da palavra



Uma frase ao ser dita em viva voz soa de determinada maneira, por vezes até soa mal a quem a ouve. Quem a proferiu não lhe conseguiu transmitir o sentimento e sentido que queria ou devia.

Quando a palavra/mensagem é falada, há vários factores que condicionam a mensagem que se pretende transmitir e que a relegam para um plano mais distante. A imagem da pessoa que a emite; a sua voz, se gostamos ou não dessa pessoa, o próprio meio ambiente, etc...

Há todo um conjunto de factores que alteram a mensagem. O canal para a mensagem pode não estar “desobstruido” ou em condições de deixar passar a mensagem. Pode ser o receptor ou destinatário da mensagem que não esteja pronto para a receber.

Se a mesma frase for bem escrita, pode entrar no pensamento íntimo de quem a lê, vai directamente para “a alma” e transporta o leitor ao maravilhoso mundo da sua mente e imaginação. Ao longo dos tempos tem havido escritores maravilhosos que nos deixaram um riquíssimo e vasto legado.

Também é arte saber falar. Um bom orador, um contador de histórias, faz de um assunto banal um motivo de interesse. Cola a si inúmeros espectadores que, embevecidos, escutam as suas palavras.

Se o homem escrevesse ou falasse só sobre aquilo que realmente sabe, estas duas acções seriam muito raras. O nosso conhecimento, por maior que seja, comparado com a diversidade e grandeza do nosso mundo, é ínfimo. Sócrates terá dito: “Quanto mais sei, só sei que nada sei!”. Fê-lo há milhares de anos mas, é das maiores verdades na história da humanidade.

O homem será sempre pequeno perante a grandiosidade do Universo. Não há nada de mal nisto mas, é bom não nos esquecermos deste facto. Por mais cursos e mestrados que se tirem, muitos mais há para tirar.

A vida é uma grande professora; há muitos ensinamentos que nos dá que não estão acessíveis em nenhuma Universidade. É ela que nos ensina a usar as palavras e "molda" a forma como as dizemos. Só uma pessoa serena, em paz consigo e com o mundo consegue ser um bom orador. Uma pessoa amargurada nunca conseguirá passar uma boa mensagem, por melhor actor que seja.

A palavra é mágica e pode ser a chave para um mundo maravilhoso.

O Medo (texto de Marcia)

O medo é normal, mas ter medo de mudar é o mesmo que ter medo de viver. Temos de estar flexiveis, pois tudo acontece num piscar de olhos.

Por que você e eu temos medo de mudar? Porque aquilo que ja conhecemos nos é confortavel/cômodo. É mais fácil lidar com ambientes habituais, pessoas conhecidas, tarefas costumeiras, comidas e costumes familiares. O habitual exige menos esforco. O novo requer flexibilidade e ousadia. Requer investimento de tempo e reaprendizado. Para atingi-lo é necessário deixar a zona de conforto e questionar até mesmo aquilo que esta dando certo, enfim, para desbravar é preciso ter coragem, vitalidade e energia em abundância.

Cada vez mais somos instigados a cultivar a ousadia.. Vivemos numa era de mudancas velozes e de viradas drasticas. Ter medo de mudar, hoje, significa ter medo de viver. Como tudo muda tão rápido, a transformação ocorre, com ou sem o nosso consentimento. Se o medo de mudar nos vencer, andaremos amedrontados, resistindo com unhas e dentes. Mas essa atitude não impedirá que as coisas mudem. Pelo contrário, seremos arrastados, mesmo contra a nossa vontade, por um universo em acelerado ritmo de mutação.

Em vez de amaldiçoarmos a mudanca, podemos abençoá-la com ideias e acções inovadoras. Ao vencermos o medo de mudar, despertamos o nosso ímpeto interior. Ao optarmos pela coragem, vivemos criativamente e enriquecemos o processo. Enfim, nos transformamos em agente de mudanca: liderancas positivas. Actuamos como verdadeiros farois maritimos, iluminando as rotas das interminaveis transformacões humanas. Então, saia da inércia e se transforme numa pessoa de mudança!

BOA SORTE AOS QUE OUSAREM!
(escrito por Marcia)

domingo, 3 de agosto de 2008

Falta de inspiração


Sentei-me frente ao computador. Procuro desesperadamente um tema para escrever.
Já vi fotos, videos, li textos........... nada. Nada faz o “clic” de que preciso.
Estamos no Verão, a temperatura está alta; não demasiado.

Parei numa foto a preto e branco. Neve. Uma linda floresta coberta de neve. Branquíssima. Linda! Os ramos das árvores vergados, cobertos com um branco magnífico, contrastando com o negro da madeira. Deslumbrante!

Imagino-me a rebolar naquele manto fresco e macio, em silêncio, num silêncio profundo, perturbado apenas pelo ranger da madeira sob o peso daquele alvo manto. Consigo sentir o ar pesado e frio a bater-me na cara. Tão bom!

Continuo a viagem pelas fotos. Páro numa outra, igualmente linda. Azul! Tudo azul. Está-se no fundo de um qualquer oceano, a olhar de baixo para cima. Tudo em redor é azul, de um azul muito límpido e intenso, aqui e ali salpicado por peixes prateados. O céu e o sol estão por cima, num azul mais leve, mais suave. “Será que conseguia ficar ali com os peixes muito tempo?” Tão lindo. Parece tão calmo ali.

Passo a foto, fico preso de novo. É triste. Faz-me pensar no que se passará ali. Ao fundo estão umas árvores altas- talvez salgueiros. Em primeiro plano, no meio de um campo, uma senhora muito idosa, na casa dos oitenta, toda de luto, com o rosto enrugado, de lenço na cabeça, botas de borracha e calças, está pensativamente sentada num pequeno banco de tábuas. Junto a si, sentado nas patas de trás, está o seu fiel amigo- e talvez único. O cão negro está de cabeça baixa, parece olhar para as botas da amiga. O que pensará ele? O que pensará ela? Talvez nem estejam tristes; talvez só estejam cansados; talvez esperem alguém...

C N
11JULHO2008

Que bem q se está aqui.....

Foi obra!!! (as pirâmides)