quarta-feira, 22 de abril de 2009

PROCURAMOS FAMA OU APENAS UMA RAZÃO PARA VIVER?




Quem nunca sonhou ou ambicionou ser um escritor famoso? Um actor, um médico, um futebolista, um aviador, um pintor,… qualquer “coisa” mas famoso.
Quem não sonhou salvar alguém ou fazer qualquer acto heróico, de preferência reconhecido pelo maior número possível de pessoas; ou com destaque na TV e Jornais.
O vulgar/normal não nos basta. A vida “anónima” que levamos sabe a pouco. Queremos “protagonismo”, reconhecimento público. Não?
Talvez existam tantas formas/ideias de “protagonismo” quantas as cabeças humanas neste planeta. Não?
Vi um vídeo em que um homem se deita na linha do comboio após colocar a câmara a filmar e espera que o dito lhe passe por cima. E passou. Aquele monte de ferro passou-lhe literalmente por cima, muito próximo do seu “cabedal”. Depois do perigo passar, o homem levantou-se e foi a correr agarrar na gravação.
O que terá feito a seguir? Certamente mostrar aos amigos, colocar no Youtube ou qualquer coisa do género.
Procuraria fama ou apenas uma razão para viver?

Existem pessoas altruístas; acredito mas, em nenhum momento sentirão necessidade de reconhecimento? Nunca?
Que interesse tem fazermos qualquer “feito” sem termos “público” para o apreciar?
Não é o “feito” que nos alimenta o ego - é o facto de outros verem/terem conhecimento dele de forma a darem-nos valor; é ficarem invejosos ou deslumbrados com o que fizemos. É isso que procuramos; é isso que verdadeiramente nos interessa. Não?

Uma razão para viver. Talvez. Acredito que algumas pessoas atinjam “patamares” em que nada mais as satisfaz; em que nada lhes dá prazer. Aí, procuram fazer coisas que as colocam muito próximas da morte. Só assim conseguem sentir-se “vivas”.

Procuramos fama ou apenas uma razão para viver?
(Imagem Google)

sexta-feira, 17 de abril de 2009

AMADO vs ODIADO

Que ser tão imperfeito é aquele que não consegue um meio-termo?
Ou provoca amor ou desperta o ódio.
Como é possível despertar numas pessoas uns sentimentos e noutras provocar o oposto?
O defeito será seu ou será de quem o julga/aprecia?
Qual a ciência que o poderá explicar?
No mundo temos zonas desérticas, temos zonas com chuva e vegetação abundante e, a meio termo, temos as zonas “temperadas”.
Nos desertos não chove; nas zonas tropicais chove demais e nas zonas temperadas chove qb.
Por que razão aquele ser imperfeito não é “temperado”?
Obviamente também falo de mim. E é uma coisa que me intriga bastante.
Que “capacidade” é esta de causar sentimentos tão opostos sem haver nada pelo meio?
Não é fenómeno recente comigo; sempre foi assim, desde “menino”. E ainda não me habituei.
Creio que o defeito não será tanto meu mas sim de quem “observa”. Julgam demasiado rápido. Julgam sem conhecimento de causa. Julgam com base numa fracção de segundo, numa boca, num olhar.
Muitos somos assim- julgamos rápido.
Certo é que a primeira impressão é a que fica mas, já vimos o todo?
Para “conhecer”alguém devíamos partir de “tábua rasa”, ver, escutar, discutir, trocar ideias e opiniões, conhecer, tentar entender e, só depois, formar uma opinião. Parece fácil. Quantas vezes ficámos a olhar torto para uma pessoa só porque ela disse/fez qualquer que não concordámos? Tantas. Ou porque não fez o que esperávamos.
Sempre houve e continuará a haver pessoas com quem nos identificamos mais do que outras mas, porque temos que odiar aquelas com quem nos identificamos menos (ou nada)?
Se tivermos o espírito aberto, vemos que podemos aprender com qualquer pessoa; até aquela que julgamos ignorante, analfabeta e senhora de outros “adjectivos” injustos com que a rotulámos. Todo o ser humano, senhor das suas faculdades mentais, é uma possível fonte de conhecimento e sabedoria.
Talvez como auto-defesa, afastamos tudo (todos) o que nos faça frente ou ameace. Também acontece “aliarmo-nos” ao mais forte ou mais capaz para nossa “protecção” ou satisfação pessoal.
Lembrei-me de um slogan que diz: “não há boa nem má publicidade, só há publicidade”. Eu poderia adaptá-lo e dizer: “amem-me ou odeiem-me, desde que falem de mim”. Não está certo. Sei que não sou tão bom como algumas pessoas pensam nem tão ruim como outras me querem fazer. Sou eu, uma versão humana, made in Portugal, sem qualquer sentimento de superioridade ou de inferioridade (será possível?). Não procuro o conflito mas também não me desvio dele. Adoro debater ideias e trocar opiniões, sou firme a defender as minhas (ainda que nem sempre certas- teimoso? talvez). Sei reconhecer o erro. Sensível como a seda, duro como o diamante. Vou a bem com um, a mal são precisos cem.
Amem-me ou odeiem-me mas não me chateiem. Não sou a causa dos males do mundo nem a sua salvação.


Escrever por Escrever


É arte escrever sem nada ter para dizer, sem nada querer dar a conhecer.
Procuro temas.
O quotidiano é “feio” e sem interesse; todos falam dele, está gasto.
O passado, já foi. Bom, mau, péssimo. O meu, a mim pertence, o dos outros, é deles. Não quero saber da vida alheia e não quero que saibam da minha.
Tenho os meus “segredos”, os meus “calcanhares”. São meus.
Quem se poderá interessar pelos meus desabafos? Quem quer saber do que gosto ou do que não gosto? Talvez menos pessoas do que aquelas por quem eu me interesso um pouco. Talvez mais… Quem sabe?
Falar do que gosto, do que não gosto, do que concordo ou não, do que me preocupa, do que me incomoda, do que…. Não posso falar. Não quero que percebam o que me vai na alma.
Assim, é difícil encontrar um tema. Sem ele também escrevo, escrevo que não tenho tema e assim crio um - A falta de tema.
Para escrever algo é preciso dar, dar algo de mim. A imaginação, a dor, o sentimento, a angústia, a revolta, a tristeza, a alegria, a euforia. Dar. Eu nada quero dar. Não quero que percebam o que me vai na alma.

Que bem q se está aqui.....

Foi obra!!! (as pirâmides)