terça-feira, 11 de agosto de 2015

Política em Portugal- um jogo de interesses!


        Ao navegar pelas notícias na Internet li uma notícia (clicar) que falava de um alegado lapso de um candidato à Presidência da República de Portugal- Senhor Doutor Advogado Castanheira de Barros. (foto abaixo)



        Parece que o dito senhor, enganou-se a entregar cerca de 40 mil panfletos com material sobre a sua campanha eleitoral e entregou, por engano (claro está, só podia!!!), panfletos sobre colchões que comercializa (opss, que engano conveniente!!!!!).
       Consciente do seu "lapso", o candidato presidencial foi "confessar-se" no Facebook (onde melhor poderia ser??). 
        Isto poderia ser apenas uma notícia, poderia ser apenas um "lapso" MAS, eu não sou apenas uma pessoa comum e estes assuntos fazem disparar todos os meus alertas e campaínhas! O que se passou aqui não foi nem mais nem menos que uma manobra de publicidade gratuita!!! A situação não estaria errada e seria uma manobra inteligente SE não envolvesse as eleições à Presidência da República- cargo mais alto desempenhado por cidadão nacional!

     Esta introdução é apenas um exemplo de muitos e visa chegar a um tema: classe política nacional e seus grupos de interesses.
         A situação não e nova em Portugal e já no Séc. XIX, o Grande Cidadão e Poeta Eça de Queirós escreveu sobre este assunto; aliás, ler o(s) seu(s) texto(s) é olhar para a sociedade actual- nada mudou além dos nomes!
      A actualidade é bastante fértil em casos em que políticos e gestores públicos são "desmascarados" e levado à Justiça (Criminal, não à "justiça popular" nas urnas de voto, como defendia o Rui Rio), pelo que não é preciso dar exemplos.
      Verifica-se que grande parte de Deputados, Secretários de Estado e até Ministros têm estreita ligação a empresas (desde escritórios de advogados a empresas de construção civil) e/ou são seus proprietários. Não há imparcialidade e rigor na gestão dos dinheiros públicos, havendo, pelo contrário, favorecimento próprio, dos seus sócios/amigos/familiares, situação que o ex-Bastonário da Ordem dos Advogados, Marinho Pinto, referiu alto e bom som numa entrevista televisiva.

         A "cunha", o enriquecimento ilegítimo e o favorecimento pessoal são práticas bastante enraizadas na sociedade portuguesa há séculos, em regra impunes, situação que atingiu proporções astronómicas nos tempos que correm ou, pelo menos, temos mais conhecimento de casos, talvez beneficiando dos actuais meios de comunicação. É prática errada, prejudicial para grande parte da população mas, ainda assim, bastante tolerada por quem mais prejudicado é - o POVO.

         Não posso deixar de abordar um assunto que, para mim, é o cerne da questão/ problema: financiamento dos Partidos Políticos. Se pensarmos bem, vemos que tudo gira em redor dos Partidos Políticos, seus interesses e financiamentos! Favor com favor se paga-é assim em Portugal. Alguém financia um político para a sua eleição, esse político retribuirá o favor permitindo uma construção, adjudicando uma obra, etc. Esta situação verifica-se desde a mais pequena Freguesia à eleição para o Governo.
           É para mim evidente que os nossos políticos não têm respeito pelo País nem têm interesse em servi-lo, pretendem somente servi-se, aos seus interesses e dos seus Partidos.
          Poderia continuar a "descascar" a torto e a direito mas, toda a gente sabe do que falo, apenas não o querem ver. Os portugueses estão mais preocupados com futebol, praia, caracóis, novelas, feriados, férias no Algarve e afins...

        Para mostrar que há e houve pessoas (políticos) que viveram, pensaram e agiram de modo diferente da classe política aqui retratada,  em género de homenagem, deixo aqui as palavras do Grande Português Manuel de Arriaga, aquando a sua tomada de posse como Presidente da República em 1911: "Estou aqui para servir o País. Seria incapaz de me servir dele..."




          Para quem não sabe quem foi, deixo um pequeno resumo- Deserdado pelo pai, trabalhou para pagar os estudos, dando lições de inglês. Formou-se em Direito, foi advogado, professor, escritor, político e deputado e vereador da Câmara Municipal de Lisboa. Foi ainda Reitor da Universidade de Coimbra, e Procurador Geral da República. Aos 71 anos foi eleito Presidente da República Portuguesa! Morreu na miséria mas, convicto dos seus ideais.





segunda-feira, 11 de maio de 2015

Máquina Fotográfica, um "colete de forças" dos tempos modernos.

Era uma vez...

Podia começar este texto como aqueles contos que começam com o habitual "Era uma vez..." que, acredito, adequar-se-ia muito bem.
O que me leva a escrever estas palavras são os sentimentos ambíguos que nutro pelas máquinas fotográficas; um misto de "amor" e "ódio".

A máquina fotográfica foi uma grande invenção da humanidade- sem dúvida! É algo que aprecio e muito valorizo- efectivamente! É muito útil no dia a dia para executar as mais diversas tarefas, desde o lazer ao trabalho- é pois!

SE é assim tão "maravilhosa", como poderá provocar o tal "ódio"? Obviamente que falo só por mim, não fazendo ideia do que se passa com os demais mortais.

Por enquanto, o planeta Terra tem toda uma vasta panóplia de "coisas" fotografáveis e, consoante os gostos de cada um, é frequente ver sacar da "objectiva" para captar o "momento", a imagem, o que seja. Pois é, é frequente e, para algumas pessoas, mais parece um vício (nem estou a falar das "selfies"!!! Assunto que ficará para uma próxima oportunidade.).

Confesso que não sou viciado na objectiva mas, uma vez que adoro paisagens bonitas, sempre que possível, pego na máquina fotográfica e zás! Para mais tarde recordar!

É aqui que começa o meu "problema", a causa do meu "ódio" pela máquina fotográfica. 
Com um Planeta tão grande para um ser tão pequeno (eu), é frequente estar de passagem por locais lindos e onde o regresso será difícil ou mesmo improvável. Com tão efémera passagem, há a vontade de tudo querer ver e tudo querer fotografar rapidamente e a máquina fotográfica torna-se como um colete de forças que me envolve. 

Nessa avidez fotográfica, a preocupação é captar o melhor ângulo, a melhor foto, captar tudo o que é bonito e diferente. Quando termino a "sessão fotográfica" e tenho que partir, reparo que não "estive" ali, não inspirei o ar, não ouvi os sons, não absorvi as energias. É quase como se não tivesse estado, não fossem as fotos a comprová-lo...

Voltando ao início, "Era uma vez um menino que adorava tirar fotos de paisagens lindas e, agarrado à sua máquina fotográfica, ficava obcecado em captar o melhor ângulo, a melhor foto, tão obcecado que se esquecia de apreciar a paisagem e saborear o momento".

THE END

Que bem q se está aqui.....

Foi obra!!! (as pirâmides)