sábado, 27 de dezembro de 2008

DEPRESSÃO

Na sequência do post anterior, enviaram-me este texto que, não posso deixar de publicar. O mundo tem muitas pessoas e é bom conhecer o que os outros pensam. Vivendo e aprendendo!

DEPRESSÃO

Estado de humor melancólico e pessimista. Uma sensação de vazio que todo neurótico sente ( todo dependente químico é um neurótico ). Comummente chamado de vazio existencial. Sensação de amargura, frustração, ressentimento, incerteza, saturação, rotina.
A depressão é um grau maior ou menor, a companheira quotidiana de milhões de criaturas.
A depressão é uma doença progressiva se não for tratada.

CONFLITO
O conflito característico do depressivo reside entre as grandes expectativas internas quanto à acolhida cordial e a simultânea desvalorização desta.
O depressivo está sempre tentando manter-se à disposição dos outros, servindo-os e, atendendo-os, porque ele mesmo gostaria de ser servido e atendido. Reprime seus desejos e vontades, desprezando-os, mas com isso acumula ressentimentos e desgostos, sem porém, manifestá-los, para não perder a simpatia e o reconhecimento dos outros. O depressivo se defende reprimindo seus sentimentos, suas próprias fantasias agressivas e impulsos de libertação.

Uma renomada psicóloga diz " A depressão é o luto da alma. Origina-se no senso de culpa decorrente do reconhecimento da própria hostilidade inconsciente e das fantasias agressivas contra os demais, principalmente contra aqueles que amamos. Desencadeia-se, também, como reacção ante uma perda real ou imaginária de algo afectivamente importante, que para nós representa amor ou segurança..."

Por ser progressiva, o depressivo vai a cada nova crise aumentando seu grau de suportação e, por consequência gastando mais energia para vencê-la.

DESENVOLVIMENTO DO PROCESSO DEPRESSIVO
Nos sentimos magoados por alguma pessoa ou circunstância que nos contraria; sentimos uma sensação de perda e esse sentimento é quase sempre fruto das nossas expectativas e exigências neuróticas. Queríamos que a pessoa que nos magoou reagisse de tal ou qual maneira e quando isso não ocorre, nos sentimos frustrados; da mesma maneira, reagimos em relação às circunstâncias, como chuva, condução, trânsito, morte, etc.

Alimentamos sentimentos de raiva, mágoa, auto piedade, culpando aqueles que nos insultaram, ou as circunstâncias que nos contrariaram. Quando percebemos que não podemos modificar as pessoas e as circunstâncias (muitas vezes), a mágoa inicial que sentimos e que direccionamos para um alvo externo, volta-se contra nós mesmos.

RAIVA CONGELADA - gerando SENTIMENTO DE CULPA/AUTO PIEDADE.
Passamos então a nos sentir culpados por ter sentido raiva. Culpados, também por não sermos capazes de atingir as metas que idealizamos. Em geral, alimentamos o processo depressivo através de racionalizações e justificações; somos as vítimas em alguns momentos e, em outros, culpados. Nosso egoísmo gera exigências. Sentimos medo de não atingir nossos alvos.

Quando isso acontece, ficamos magoados e frustrados, alimentamos pensamentos de auto comiseração (veja como a vida é madrasta, nunca acerto nada!). A depressão, chamada por Grover B. ( um membro de Alcoólicos Anónimos, que fundou em 1964 os Neuróticos Anónimos) de "RAIVA CONGELADA", tem como causa principal o nosso egoísmo, que faz com que nos sintamos frustrados quando não conseguimos impor a nossa vontade ou quando as coisas não acontecem segundo nossos desejos.

Assim, a depressão é um sintoma da doença mental e emocional. Sabemos que a causa única da nossa doença é o egoísmo e a nossa incapacidade de amar. Sendo pessoas emocionalmente frias e calculistas, tentamos impor a nossa vontade e, quando não conseguimos, ficamos frustrados. Assim, o egoísmo gera a frustração, que gera a raiva, que por sua vez nos leva a depressão. Somente as pessoas mental e emocionalmente doentes, e portanto, egoístas sofrem de depressão paralisante.

Nem todo desejo pode ser realizado e, quando as coisas não acontecem segundo a nossa vontade, temos que aceitar esse desfecho com naturalidade. Na verdade, estamos sempre lutando para ver os nossos desejos realizados e, quando não obtemos êxito, em vez de aceitarmos o fato com serenidade, ficamos profundamente frustrados. Com o passar dos anos, nossas frustrações vão se avolumando e acabam se transformando em estados depressivos.

Nosso principal defeito é que buscamos prestígio, segurança e poder e, quando não conseguimos obter essas coisas de acordo com nossos sonhos, nos sentimos derrotados. A derrota gera frustração e, em seguida, vem a depressão. Dizem que todo neurótico é um idealista falido porque tem sonhos perfeccionistas que dificilmente acabam se concretizando. E, ver nossos desejos frustrados (como somos egoístas), significa uma verdadeira tragédia para nós, um sofrimento quase insuportável. Muitos de nós tínhamos a sensação de que nossas próprias vidas estavam se desintegrando diante das frustrações.

Nos sentíamos injustiçados, feridos, ressentidos, e esses sentimentos se transformavam em raiva. A raiva ia se acumulando, se acumulando e se transformava em depressão. É possível que a depressão seja um dos sofrimentos mais intensos que possa atingir o ser humano. Com a depressão nos tornamos lamuriosos, e perdemos completamente o "senso de humor". Nos tornamos um muro de lamentações e nossa depressão pode chegar a um nível tal que podemos até mesmo ficar ressentidos com a alegria das pessoas que nos rodeiam.

Sendo extremamente egocêntricos queremos contaminar a todos com nossa depressão. Já que estamos deprimidos, o mundo inteiro deveria estar deprimido também, como se nossos sentimentos alheios. Podemos também, "chorar à toa" e nos tornarmos hostis até mesmo com a solicitude dos amigos, isso acontece porque no fundo, bem no fundo, nos sentimos indignos da atenção ou do carinho das pessoas. A depressão é um pântano traiçoeiro e é muito fácil escorregar nele.

Nós, neuróticos, temos um estranho talento, uma estranha capacidade de fazermos tempestade em copo de água para transformar um pequeno incidente num universo de tristezas e lamentações e, em seguida, cairmos em depressão. É como se lavássemos às costas num baú cheio de mágoas, ressentimentos, lembranças amargas, rejeições. Acontece um contratempo qualquer e pronto, era a oportunidade que estávamos (inconscientemente) esperando para cairmos no pântano da auto piedade.

Abrimos nosso baú de recordações e alimentamos, um a um, todos os velhos contratempos e contrariedades de vinte, trinta, quarenta anos atrás. E, em seguida, caímos em depressão. A explicação única para esse fato é que, sendo extremamente egocêntricos, estamos completamente absorvidos em nós mesmos, interessados no "eu", "eu", "eu". E não é fácil conviver com uma pessoa assim. Essa auto piedade costuma se manifestar especialmente no Natal, Ano Novo, dia do aniversário e outras datas.

Como neuróticos, temos uma antiga inclinação para nos concentrarmos na tristeza, na nostalgia ou para fazermos ladainhas por quem já partiu, por quem não correspondeu ao nosso amor por quem já não se lembra de nós. não percebemos, nem ficamos alegres e agradecidos pela saúde que temos, pelos entes queridos que estão à nossa volta. Só focalizamos a nossa atenção nos aspectos tristes de nossa vida.

Com a depressão nosso comportamento pode tornar-se irregular. Podemos ficar com uma aparência física descuidada, sofrer alterações no sono (dormir demais ou ter insónia), falta de tranquilidade onde quer que estejamos (mesmo em nossas casas), alterações no apetite (comer demais ou perder o apetite), alterações nos impulsos sexuais (busca desesperada de sexo para preencher o vazio ou total desinteresse). Podemos ainda, utilizar drogas receitadas ou não, nos fechamos no silêncio ou começamos a falar de forma descontrolada, geralmente criticando tudo ou lamentando de tudo. (…)

Texto retirado da Internet. Autor desconhecido

sexta-feira, 26 de dezembro de 2008

O que se passa??

No outro dia estive a falar com uma pessoa sobre a causa da "infelicidade" e "depressão" nas sociedades ditas "desenvolvidas".
É um facto que muita gente vive infeliz; sofre de depressões; insónias; doenças de "nervos" crónicas e por aí além. Taxas de suicídio/tentativa nos adolescentes elevadíssimas. Muitas pessoas vivem "encharcadas" em anti-depressivos.

Vivemos na era "Xanax", "Prozac" e Cª. Não é isto que me deixa admirado; o que me deixa perplexo é que, há pouco mais de vinte anos atrás, quase que não se ouvia falar destas "doenças".

O que mudou tanto nas sociedades modernas?
Uns dirão que foi culpa do Sadam Hussein, do Bin Laden, do petróleo, da chuva, do vento; outros dirão que há uma enorme crise de valores, afastamento de Deus/da religião, crise económica, etc.

Tudo isto poderá ter influenciado, é possível.
Para mim, a verdadeira razão é: excesso de conhecimento. Sabemos e conhecemos de mais!
É a mais pura verdade.

Vejamos: para nós, o mundo não tem limites ou fronteiras; é quase ilimitado. Todos os dias somos bombardeados com coisas novas- coisas que queremos possuir, conhecer, visitar. Há sempre algo maior, melhor do que aquilo que temos; o nosso vizinho tem sempre coisas melhores que as nossas, etc...

Como seres insatisfeitos que somos e num "mundo" ilimitado, vivemos diariamente a "ver" o que não temos; vivemos a desejar ter ou fazer algo que, na prática, não está ao nosso alcance. Ninguém nos preparou para isso. Como podemos aceitar não fazer umas férias nas Maldivas se o vizinho já lá foi cinco vezes??

A nossa "infelicidade" e "depressão" resulta da nossa frustração. Resulta da consciência daquilo que não temos. Se virmos uma tribo isolada, verificamos que são muito felizes e muito sorridentes- em África, Tibete, Amazonia...

Para estas tribos, o mundo é uma porção de terra que conhecem em seu redor; não sabem o que é ir de férias para as Maldivas, não sabem o que é um iate, jacto privado, hotel de sete estrelas, caviar, etc... Basta-lhes terem alguma comida, não estarem doentes e terem outros das sua espécie para os ajudar.

Acreditam a gora que o problema da nossa sociedade é excesso de conhecimento?

quarta-feira, 24 de dezembro de 2008

O SUCESSO

Ao deixar um comentário num blogue, falei em sucesso; depois fiquei a pensar...

O que é realmente o sucesso? Como se qualifica? Como se alcança? etc...
Creio que o sucesso é subjectivo.

Há o sucesso que nós vemos em nós e o sucesso que os outros nos atribuem.
Cada pessoa terá o seu ideal de sucesso.

O "nosso" sucesso pode ser: ter uma boa carreira profissional; ter um bom "lar"; ter filhos; fazer actos "heróicos"; ser famoso; ser um bom profissional, etc... O nosso "sucesso" é a forma como nós nos vemos.

O sucesso que nos atribuem pode ser bastante diferente; os outros poderão atribuir-nos sucesso por uma razão que não valorizamos, por um acto ou actos que achamos normais e vulgares.
Poderão até achar que temos sucesso porque comprámos um carro ou uma casa cara- desconhecendo essas pessoas das nossas dificuldades para o/a adquirir (Exemplo).Podemos não achar que temos sucesso mas passarmos essa imagem para os outros.
O verdadeiro sucesso será quando nos valorizamos e quando os outros também nos valorizam ou valorizam os nossos actos.

Seja como for, o sucesso não nasce connosco, não se compra e, regra geral, exige muito trabalho e dedicação para ser alcançado. Claro que, há momentos de SORTE e, podemos ser catapultados para o sucesso. Mas isso é outro assunto, ficará para outro post...

NATAL...


Sou do contra. Confesso!


Detesto fanatismos, detesto fazer o que "todos" fazem; não gosto de seguir as "massas". No Verão vou para a serra e no Inverno vou para a praia. Não gosto de vícios nem de estar "preso" a algo. Gosto de fazer o que quero e quando quero. Não faço porque os outros fazem. Em regra sou assim.


Quanto ao Natal, posso dizer que detesto esta época. A culpa não é do "Natal" nem do que ele representa. Respeito a tradição; acredita nele quem quer.

O que me faz detestar o período natalício é aquilo em que o transformaram. Um caos!

De repente, as pessoas lembram-se do A, do B, etc. que não contactaram durante o ano e enviam montes de sms e e-mails; ficam "generosas" e preocupadas com os "desfavorecidos"; afogam-se em dívidas para comprar "Action Man's", Playstation's e afins, etc.....

As ruas e estradas ficam entupidas de carros e as pessoas andam "loucas" às compras, acotovelando-se; nada mais existe... Seguem "cegamente" as "ordens" dos anúncios de televisão, revistas e afins.

Como portugueses que somos e mal organizados, deixamos as compras para os últimos dias. Com os nervos à flor da pele, briga-se com tudo e com todos, esquece-se o tal espírito natalício que tanto apregoam.

E tudo para quê? Para passar umas horas a comer à farta, desembrulhar as prendas e ir a correr porque já aí vem o Ano Novo!!

É minha convicção que a maior parte das pessoas não tem vontade própria e segue o que lhes é impingido. Vai na "onda". "Os outros fazem, também faço."

O ano tem 365 dias, dá para fazer muita coisa ao nosso ritmo, sabor e vontade.

O "NATAL" é todos os dias e a nossa vida e dos outros também!

sexta-feira, 5 de setembro de 2008

Amor no "Verão"



Esta história é "irreal" mas, poderia pertencer a qualquer mortal.

O autor escusou-se a ser mais explícito quanto às descrições sobre os encontros amorosos porque se pretende que este blogue seja sério.

Se alguém conhecer uma história assim, não me conte.


Ele estava entre os trinta e quarenta, a sua vida seguia rotineira e sem "sabor" quando, numa manhã fria e soalheira de Janeiro, os seus olhos cruzaram-se com os dela. Fulminante! Que olhar luminoso! Dos seus olhos saiam raios de luz que iluminavam tudo à sua volta... Ele nunca tinha visto nada assim.

Quando ela saíu do carro, viu o seu porte atlético e esbelto, postura muito direita, cintura fina e longos cabelos cor de amêndoa. O "Verão" para ela já tinha começado há mais tempo, ainda assim, estava muito fresca e viva, deslumbrante!

Sentiu tanta vontade de lhe falar, conhecê-la, saber quem era e o que fazia; saber o segredo do seu olhar. Queria entender como era possível ser assim tão luminoso. Ficou maravilhado, não conseguia esquecer aquele olhar....

Esgotando todas as suas "habilidades", conseguiu contactá-la. Ela atendeu com muita surpresa e curiosidade; também ele não lhe tinha passado despercebido.

Após vários dias a trocarem correspondência, decidiram encontrar-se. Estava muito entusiasmado e assustado; afinal, pouco sabia da vida dela.

Quando se encontraram, foi mágico para ele, aquilo não estava a acontecer; era bom de mais para ser verdade... Falaram demoradamente, tentaram conhecer-se melhor, esclarecer dúvidas. Tentava saborear cada momento, sentia-se tão à vontade com aquela "Deusa" que parecia que a conhecia há séculos.

Ela era tão sensual que irradiava sexualidade pelos poros da pele e fê-lo atingir picos de desejo jamais alcançados! Estava tão excitado que doía...

Por entre palavras doces e elogios, tentou avançar ao que ela se mostrou firme; era o primeiro encontro, dizia, nada sabiam um do outro. Ele dava-lhe razão mas, não parou de insistir.

Depois de uma hora ou duas, que lhe pareceram breves instantes, ela disse-lhe: "só se for um beijo". O coração não podia acelerar mais, batia tanto que lhe apertava o peito e fazia um nó na garganta.

Dentro do carro, no meio de uma avenida iluminada por luzes suaves, ele esqueceu tudo o que os rodeava e aproximou-se da boca dela. Após breve toque de lábios, deram início a um longo beijo... Não queria acreditar; aquela mulher escultural e de olhar luminoso tinha uns lábios tão macios, uma língua aveludada e tão doce que... ele queria parar o tempo; queria ficar ali eternamente.

Colocou-lhe uma mão na face, acariciou-lhe suavemente a orelha e a nuca ao mesmo tempo que as línguas se entrelaçavam. Maravilhoso, pensava. Irreal! Divinal!

Sem dar pelo tempo passar, chegou a hora de se despedirem. -Voltarei a vê-la? Pensava. -O que pensou de mim? Continuava. -Foi um sonho? Os seus pensamentos e incertezas não tinham fim e começaram a desgastá-lo.

Tinha uma certeza: a sua vida jamais voltaria a ser a mesma.


Os dias passaram e foi-lhe enviando mensagens, textos longos e cheios de palavras doces a mostrar-lhe a sua admiração por ela. Telefonava-lhe e, umas vezes atendia e outras ignorava-o; afinal ela não estava “só”, tinha outra pessoa na sua vida.

Ele já o sabia e a ideia não lhe agradava mas, ela era maravilhosa de mais para esquecer...
Dias mais tarde conseguiu novo encontro. Novo momento de magia. Ele chegou primeiro e, quando a viu, a sua presença transformou a noite fria num lindo dia de Primavera.

Pouco falaram e deram início a suaves carícias e beijos doces, fazendo pequenos jogos com as línguas quentes e húmidas. Delicioso!!

O calor das suas bocas aqueceu-os; acariciou-lhe o corpo, por cima das roupas. Sentia o seu tronco suave mas firme, moldado pela ginástica qe fazia diariamente; afinal, ela tinha crescido na linha de Cascais e toda a vida praticou desporto.

Ao acariciá-la e beijá-la, via os seus olhos revirarem-se em êxtase e a sua respiração ficar ofegante. Estavam ao rubro! Continuou a passar-lhe as mãos pelo seu corpo, acariciando-o e massajando-o; ela já não resistia, ainda assim, não avançaram. Havia pequenas “questões” para resolver.

Sendo certo que muito se desejavam, alguma vez concretizariam os seus desejos?
Ambos tinham problemas e obstáculos para ultrapassar. Ela tinha outra pessoa; ele não conseguia ultrapassar isso. -Partilhá-la com outro, nem pensar! Dizia para consigo. Dividido entre querer tê-la e não querer partilhá-la, havia uma luta constante dentro de si. Terrível e desgastante!!

Os dias foram passando e a vontade de a ter tornou-se insuportável. Até que, num dia, pela manhã, encontraram-se num local mais “privado”. A sua ansiedade era tanta e a confusão na sua cabeça também que, não se sentia “pleno” para ela.

Ao vê-lo tenso e nervoso, ajudou-o a descontrair e, com palavras sábias e doces, foi-lhe tirando a pressão de cima. Com a ajuda dos seus beijos, guiou-o para outra “dimensão”.

Por entre “Você”, inúmeros beijos e carícias, seguiu-se o que tanto desejavam e entregaram os seus corpos a uma deliciosa sinfonia romântica. Entrelaçaram-se num bailado divino, todos suados e muito quentes e permaneceram assim por várias horas.

No meio dos beijos muito doces e olhos revirados de êxtase, ela murmurava: -“os nossos corpos combinam tão bem...!” E se combinavam!! Parecia que se conheciam desde sempre. Melhor parecia impossível mas, ainda foi melhorando nas vezes que se seguiram, à medida que se iam conhecendo melhor. Ela era como um Porsche- potência e aceleração sem limites e muito fácil de conduzir.

Ele passou a chamar-lhe “Doce” e ela, carinhosamente, tratava-o por “miúdo”. Estava perfeito de mais...

Com o relógio sempre a correr, sem saber quando, ele sentiu vontade de lhe dizer “Amo-te!” mas, ela deixou de atender os telefonemas e não respondia às mensagens.




Ficava muito irritado, muito magoado! Sem saber o que se passava do outro lado, desesperava. –"Não me quer ver?" Pensava. –"Diga-me!" Achava normal ela não o querer ver mas, porque não lho dizia?

Após muito insistir, conseguiu vê-la e falar com ela. "Não está certo, sinto-me mal!" Disse-lhe. Ele entendeu-a; a situação não era a ideal.


Mais uma vez, frente-a-frente, tal como dois íman, os seus corpos atraíram-se tanto que não resistiram... Voltaram a envolver-se naquele bailado cada vez mais divinal. Ela fazia-o ir ao "Céu"- dizia ele; ela também conheceu "estrelas" nunca por si alcançadas até à data. Maravilhoso!!!

Ele já a amava muito e também lhe ficava no seu pensamento, dividindo-a e criando-lhe confusão.

As luas foram-se sucedendo e as cenas foram-se repetindo; momentos de amor e paixão intensos contrastavam com o silêncio e indiferença dela. Sempre que deixava de atender o telefone e responder às suas mensagens cravava-lhe facas no coração; era uma dor insuportável para ele.

Perante tão intensa dor e sem ver um final feliz, decidiu afastar-se dela; não a contactar mais. Era mais fácil não a contactar e nada saber dela do que saber que estava com o outro e que não o atendia nem lhe ligava. Pensou e fê-lo, ainda que com muito custo.

Uns dias passaram e, quando já estava mais calmo, menos magoado e mais habituado à distância, ela contactou-o e, com aquela voz doce, disse-lhe: "Tenho saudades tuas!"

Grande dilema em que ficou. Encontrar-se com ela significava reabrir todas as feridas; não o fazer significava perder o "Céu"... Decisão muito difícil, tendo a certeza que a dor que viria mais tarde seria enorme mas, também a felicidade que iria sentir o seria. Esperava que essa felicidade suavizasse a dor...

Mais uma vez, repetiram o bailado dos Deuses; numa tamanha intensidade de prazer que eram catapultados para outras dimensões. Sentiam-se ligados um ao outro mais que nunca. Se ele a amava loucamente, também ela sentia algo forte por ele; nem que fosse só desejo.

Começaram a encontrar-se mais, a fazer pequenos passeios, a fazer compras juntos, a tomar refeições à luz de velas- por insistência dela- "Nós merecemos", dizia. Perfeito!! Um sonho!! Tudo o que fazia com ela era maravilhoso, nem que fosse passear o cão ou lavar o carro...

Os dias dele passaram a resumir-se a momentos maravilhosos com ela e a dias negros e dolorosos longe dela, onde nada mais fazia sentido. Ela era a sua Lua, influenciando toda a sua vida. Esperava ansiosamente pelos seus telefonemas e mensagens; quando os recebia, parecia mesmo um "miúdo" de tão contente que ficava.

Esses acontecimentos começaram a ser cada vez mais raros e ele desesperava... Não a queria importunar e achava que ela não queria sequer ouvir falar dele mas, não resistia muito tempo sem a tentar contactar. Do outro lado não havia resposta, nada! Que dor dilacerante ele sentia!!! A mesma pergunta martelava-lhe na cabeça: "por que não me diz que não me quer ver?? " Era tão fácil, pensava.

A vida dele tornou-se uma enorme confusão, andava arrasado. De tempos a tempos conseguia chegar a ela; repetiam momentos maravilhosos mas, quando ele a deixava, o seu silêncio e indiferença repetiam-se. Tantas vezes que ele falou com ela, tantas vezes lhe pediu sinceridade, que o atendesse e dissesse "Não", só para ele se "localizar", ela assinava sempre muito bem, nunca cumpria.

Com este tratamento que ele achava "total desprezo" e falta de consideração, havia momentos em que o louco amor que sentia por ela dava lugar a qualquer coisa parecida com ódio.
Ele não a queria odiar, amava-a tanto que esse sentimento era impróprio mas, era o que estava a acontecer...

Onde iria parar esta situação?



Lutava consigo para a continuar a amar e para aguentar toda a situação; fazia promessas a si próprio que não a voltaria a contactar mas, cedia sempre. Estar com ela era "apenas" a melhor coisa do mundo!! Como podia passar sem isso??

Continuou a contactá-la, repetiram-se as sensações de "dèjá vu"... Que vida! Era demasiado violento para ele; nada na sua vida o havia preparado para aquela situação. Amar loucamente uma mulher, ter que dividi-la e, como se não bastasse, aguentar a sua indiferença e desprezo... Dilacerante! Que mal tinha feito para merecer aquilo? Pensava.

Por diversas vezes teve longas conversas com ela, revelando-lhe a sua maneira de pensar, as suas incertezas, o seu sofrimento e via nela compreensão, algum sofrimento por ele, talvez pena. Certo é que quando se encontrava com a sua "Deusa" ficava mais calmo e sem dúvida, muito mais feliz. Sempre maravilhoso estarem juntos, sempre!

Era sol de pouca dura, ainda assim, começou a perceber um pouco o lado dela, percebeu que também tinha problemas- estava dividida e não achava justo o que estava a fazer. Isso fê-lo acalmar-se mais.

Foi num desses tempos de "calmaria" que ela foi de férias para a praia. Foram-se contactando e falaram "apaixonadamente". Estavam em grande harmonia... Nas conversas que tiveram ela falava das coisas que pretendia fazer com ele; ir à praia, fazer passeios a diversos locais bonitos do país; desfrutarem mais do prazer da companhia um do outro...


Após uma dessas conversas, seguiu-se mais um doloroso e estranho silêncio. Mais um rude golpe! Momentos insuportáveis se seguiram- sempre a mesma pergunta: "Porquê?" Porque voltou ela a fazer o mesmo? Não queria acreditar; ficou mais revoltado que nunca- ela já lhe tinha prometido que não o voltaria a fazer.


Lutou consigo para não a contactar mas, ao fim cinco dias não aguentou mais; tinha que saber o que se passava. Mandou mensagem mas, sem resposta. Mais uma vez! Ficou louco de raiva, muito revoltado. No dia seguinte, logo pela manhã, iniciou uma "maratona" para a contactar; só o conseguiu à tarde.


Ela atendeu com uma voz diferente do normal, pareceu-lhe mais "fria". Após breve conversa, ela disse-lhe para deixar de a contactar. Bombástico! Não estava à espera; depois de ser ele tantas vezes a dizer que não a contactava mais, era ela que o dizia pela primeira vez. A sua única reacção foi dizer: "Tem umas boas férias".


Desligou e caíu numa tristeza enorme.... pareceu-lhe que o mundo tinha acabado.




Sentia que tinha perdido para sempre a única razão da vida. Sempre tivera a certeza que aquele "romance" iria terminar um dia, até achava "natural" devido à situação mas, agora que o momento havia chegado ... era muito pior do que imaginara.

Nos dias seguintes, cuidou das feridas pensando no enorme sofrimento e desespero que ia deixar de sentir por não receber mais a "indiferença" dela; tentou desvalorizar os momentos divinos que não voltaria a ter.

As semanas foram passando e as feridas foram fechando. Mente inquieta e inquiridora, não conseguia deixar de pensar: o que tinha acontecido para ela tomar esta atitude?
Nesses dias, sempre com essa pergunta na cabeça, começou a olhar para o passado e a ver as coisas de outra forma. Concluía que tinha sido apenas um divertimento, uma "viagem" para ela.
Não a condenava por isso, afinal não a podia obrigar a sentir o mesmo que ele mas, uma coisa revoltava-o: onde estava a amizade??

Tantas vezes haviam falado dela, tantas vezes ele sentiu muito mais que isso no seu olhar e na forma como o tratava e recebia... Ela recebia-o tão bem, tão carinhosamente, com tanta intensidade... seria fingido? Não podia ser! Ninguém conseguiria fingir assim- pensava. Não ficou nenhuma amizade??

Três semanas se passaram desde o último contacto. Tinha que esclarecer aquelas dúvidas; não podia ficar na incerteza e permanecer eternamente a pensar mal dela. Não podia ficar a odiá-la sem saber porquê.

Com receio da sua reacção e sem querer desrespeitá-la, fez um contacto tímido ao que ela respondeu com um rasgado "Olá!!!!". Sem rodeios ou floreados, pediu-lhe se respondia à pergunta que tanto o atormentava- o que tinha acontecido?
A resposta não o surpreendeu- o outro havia-se decidido a viver com ela. Estava esclarecido. Mais uma vez ela tentou resolver um problema com o silêncio, mais uma vez foi a pior decisão possível.

Ele não a queria importunar mais; sugeriu-lhe que apagasse os seus contactos, ele ia fazer o mesmo. Foi então que ela lhe disse que tal não era necessário, poderiam continuar amigos e trocar correspondência. Concordou. Além do amor que lhe tinha, tinha-lhe uma enorme amizade e sentia-se bem a falar com ela. Sê feliz- disse-lhe.

Durante a troca de palavras ambos disseram que haviam sentido muitas saudades um do outro; as suas vidas jamais seriam iguais... Grande verdade! Estavam gravados na pele um do outro e, nada seria igual ao que era antes de se conhecerem. Experimentaram experiências e sensações de outro mundo, impossíveis de traduzir por palavras; nem o grande Fernando Pessoa o conseguiria descrever, acreditem.

Como iriam agora fazer? Como se iriam contactar? Que termos usariam nas suas conversas?

Mais uma vez parecia que estava tudo esclarecido entre ambos e que a amizade prevaleceria sobre qualquer "problema". Pela primeira vez acreditava no que ela lhe disse em relação aos seus sentimentos por si. Estava em paz!
Dias depois, ela convidou-o a encontrar-se com ela: "Queres encontrar-te com a tua amiga?" Claro que queria. Já tinha feito um mês que não a via; queria falar com ela mais calmamente e aceitou. Ia como amigo, sem qualquer ideia noutro sentido. Estava decidido a respeitar a decisão dela.

Quando a viu, foi recebido com "aquele" olhar- que saudades !! Pensou sem tecer qualquer comentário. Além do brilho habitual, notou outra coisa nos seus olhos. Pareceu-lhe já ter visto aquele olhar em momentos mais "intensos"... Estava linda !!

Sentaram-se e ficaram frente-a-frente a falar, como amigos, esclareceram o que havia para esclarecer e a saudade começou a falar mais alto, sentia-se no ar qualquer "coisa" já conhecida de ambos, ainda assim, ele manteve-se "frio", respeitador.

Sem avisar, atirou-se para cima dele e envolveu-o num doce e demorado beijo- "Não te resisto"- disse-lhe ao ouvido. Estavam os dois com tantas saudades...

O que se seguiu foi mais uma vez o "tal" bailado; mais intenso ainda! Ele sentia-a mais próxima de si do que nunca. Ela murmurava-lhe: "Como vou passar sem isto?" e continuaram por longo tempo. Completamente exaustos, adormeceram nos braços um do outro.
Como continuariam as suas vidas?

Fim!
(O autor não tem imaginação para continuar esta história; que a continue o leitor...)



Que bem q se está aqui.....

Foi obra!!! (as pirâmides)