quinta-feira, 31 de julho de 2008

O que é a Religião?

RELIGIÃO


É um assunto muito delicado e a sua definição será também muito subjectiva uma vez que cada pessoa encara a religião de maneira diferente.

Para mim, é difícil escrever sobre este assunto que não conheço bem, uma vez que não é uma coisa que eu sinta e que não está em mim. Desta forma, escreverei baseando-me no que tenho ouvido e aprendido ao longo da vida. Tentarei fazer uma "abordagem" mais histórica do que religiosa.

Desde os primórdios da humanidade, quando o ser humano pensou e questionou o meio que o rodeava e tentou compreendê-lo, que não terá encontrado muitas das respostas que necessitava; não conseguiu explicar os fenómenos mais simples da natureza (o dia, a noite, a chuva, o sol, as plantas, os animais, a vida, a morte, etc). A forma mais fácil de explicar todo o desconhecido terá sido criar um ser (ou seres) supremo. Algo acima dele próprio, com mais poderes e mais capacidades.

Como ser frágil que é, sentindo-se indefeso e impotente perante a natureza e as dificuldades da vida, o homem teve que arranjar algo que o apoiasse, que o ajudasse a sobreviver e a explicar o desconhecido. Sentiu necessidade de arranjar uma muleta/suporte para viver e vencer.
Até aos dias de hoje, a maior parte dos homens sente necessidade de se apoiar na religião para se sentir protegido e para arranjar forças para lutar contra as dificuldades da vida.

Para venerar, inicialmente terá sido escolhida a própria natureza (o Sol, a Lua, as Montanhas...), uma vez que não a compreendia nem ao seu poder imenso, depois, numa fase posterior, outros deuses ocuparam os seus lugares, por vezes imaginados à imagem do ser humano mas, imortais e com mais poderes.

Creio que terá sido esta a sequência lógica do aparecimento das "divindades" ao longo do percurso da humanidade e a evolução das "Religiões". Esta terá servido inicialmente para tentar explicar os fenómenos da natureza e, numa fase posterior, para "dominar" o próprio homem.
A evolução da humanidade trouxe consigo sociedades mais complexas e com mais problemas sociais para resolver, sendo necessário criar leis e regras para que a harmonia reinasse. Aliado à necessidade de "dominar" as sociedades e à necessidade humana de acreditar em algo divino para se apoiar, a religião foi evoluindo para uma forma mais colectiva e organizada. Evoluiu conforme as diferentes culturas/sociedades e conforme o pensamento e saber das pessoas que se evidenciavam nessas comunidades.

Ideias/princípios foram sendo divulgados por profetas, oráculos, etc., que lhes atribuíram um "cunho divino", de forma a serem mais credíveis e mais respeitados. Nestes casos, as "leis divinas/mandamentos" foram rigidamente impostas aos demais humanos, ignorantes e tementes ao desconhecido/divino. Outras "religiões" evoluíram de forma diferente, baseando-se numa filosofia de vida centrada na harmonia com a natureza e com os homens.

Como já disse, a religião é muito pessoal e tem muito a ver com a nossa vivência e meio onde estamos inseridos. Se uma criança nascer e nunca tiver qualquer contacto ou informação sobre a Religião/Deus, certamente que não imaginará ou criará essa figura. A religião não é inata.
Eu nasci no seio de uma família católica, ainda que não muito praticante e cresci em contacto quase exclusivo com a religião católica apostólica romana. Apesar de a conhecer mal, é a religião que melhor conheço, como tal, não posso passar sem tecer-lhe alguns comentários.

Afirmo, desde já, que não sou um "estudioso" e que as ideias explanadas são apenas isso: ideias na minha cabeça.

Bombasticamente (para os devotos católicos) afirmo que, das grandes "religiões" existentes actualmente, a "Católica" é a que acho com menos lógica e sentido.

A Igreja Católica tem como figura central Jesus Cristo, a sua vida, morte e ressurreição. Esta figura está envolta em muitos mistérios e contradições; os historiadores e estudiosos vão tecendo teses que, muitas vezes, não são consensuais . Aconteceu, não aconteceu, etc...

O que que importa aqui falar não é sobre a figura "Cristo" mas sim no que lhe sucedeu. Num mundo onde o conhecimento passava quase exclusivamente de boca em boca, ao fim de uma geração ou duas, muitos factos perderam-se ou alteraram-se. Partindo do princípio que Cristo existiu, é um facto que só muitos anos mais tarde o seu nome e seguidores começaram a ter alguma visibilidade e importância. A importância do Cristianismo começou a evidenciar-se no seio do Império que terá determinado a morte de Cristo. Terá sido o Imperador Constantino (sabe-se que a sua mãe foi devota de Cristo) que tentou recuar no tempo e alcançar o passado; tentou atingir os momentos, locais e objectos relacionados com Jesus Cristo. A Igreja Católica criou/reforçou assim a forma de "instituição", mais organizada.

Talvez por necessidade de mostrar algo "palpável" aos seguidores ou talvez apenas por fé e devoção, procuraram-se objectos que comprovassem a existência de Cristo- o Santo Sudário; a lança de Cristo, etc... Peças essas que a Igreja Católica e/ou alguns seguidores, vieram mais tarde a exibir.

Vários estudos recentes afirmam que esses objectos não datam do tempo de Cristo (1º. Século d.c.) mas de vários séculos depois, já na Idade Média. "Per si", estes factos (farsas) até podiam não ser graves mas, em vinte séculos, a Igreja Católica e algumas pessoas agindo em seu nome, cometeram muitos erros (na minha opinião). Ex.- Impôs a fé pela força; limitou o conhecimento e evolução intelectual e cultural, a ciência; torturou, etc.. - Vejamos o exemplo de Galileu; vejamos a obra da Santa Inquisição; vejamos que enriqueceu à custa do medo e ignorância dos fiéis- quantos deram as suas fortunas terrenas à Igreja para comprar um pedaço no Céu? etc...

Comparando o conhecimento atingido pelo homem em civilizações antigas- Egípcios, Gregos, Minóicos, Fenícios, Romanos (sem falar nas civilizações Indiana e Chinesa) e o conhecimento humano nos catorze ou quinze primeiros séculos do século XX d.c., vemos facilmente que houve um enorme retrocesso; a Europa esteve na "Era das Trevas", como se costuma dizer. Isto deveu-se graças ao domínio dos povos "Bárbaros" da Europa sobre os Romanos mas também pelo papel desempenhado pela Igreja Católica, que "apagou" os conhecimentos antigos e impediu o "nascimento" de novos.

Esta Igreja não fez só coisas más, diga-se.

Na sociedade actual, onde as pessoas são quase todas mais "esclarecidas", a Igreja Católica está diariamente a perder fiéis e não está a conseguir responder às necessidades de religião do homem actual. Num mundo onde a religião já não pode ser imposta pela força, onde há muito por onde escolher, a Igreja Católica não está a acompanhar a evolução dos tempos e das sociedades; está muito desactualizada.

Outra coisa que tenho reparado desde cedo é a riqueza do Vaticano contrastando com a miséria nalguns pontos do mundo. E vê-se o cidadão paupérrimo a dar contributos para a Igreja... nunca entendi, nunca aceitei. Porque não abdica o Vaticano do seu património? Pedem para nós darmos, ajudarmos o próximo e os sacerdotes vivem num mundo de fartura? (...)

Como disse no início, a religião é muito pessoal. Eu, se tentasse abraçar uma religião, procuraria conhecer melhor as filosofias orientais- Hinduismo e Budismo; para mim, fazem mais sentido- e até são mais antigas que o Cristianismo.

Que bem q se está aqui.....

Foi obra!!! (as pirâmides)