Sentei-me frente ao computador. Procuro desesperadamente um tema para escrever.
Já vi fotos, videos, li textos........... nada. Nada faz o “clic” de que preciso.
Estamos no Verão, a temperatura está alta; não demasiado.
Parei numa foto a preto e branco. Neve. Uma linda floresta coberta de neve. Branquíssima. Linda! Os ramos das árvores vergados, cobertos com um branco magnífico, contrastando com o negro da madeira. Deslumbrante!
Imagino-me a rebolar naquele manto fresco e macio, em silêncio, num silêncio profundo, perturbado apenas pelo ranger da madeira sob o peso daquele alvo manto. Consigo sentir o ar pesado e frio a bater-me na cara. Tão bom!
Continuo a viagem pelas fotos. Páro numa outra, igualmente linda. Azul! Tudo azul. Está-se no fundo de um qualquer oceano, a olhar de baixo para cima. Tudo em redor é azul, de um azul muito límpido e intenso, aqui e ali salpicado por peixes prateados. O céu e o sol estão por cima, num azul mais leve, mais suave. “Será que conseguia ficar ali com os peixes muito tempo?” Tão lindo. Parece tão calmo ali.
Passo a foto, fico preso de novo. É triste. Faz-me pensar no que se passará ali. Ao fundo estão umas árvores altas- talvez salgueiros. Em primeiro plano, no meio de um campo, uma senhora muito idosa, na casa dos oitenta, toda de luto, com o rosto enrugado, de lenço na cabeça, botas de borracha e calças, está pensativamente sentada num pequeno banco de tábuas. Junto a si, sentado nas patas de trás, está o seu fiel amigo- e talvez único. O cão negro está de cabeça baixa, parece olhar para as botas da amiga. O que pensará ele? O que pensará ela? Talvez nem estejam tristes; talvez só estejam cansados; talvez esperem alguém...
11JULHO2008
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